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Maior projeto de circulação da música brasileira, Sonora Brasil celebra 24 anos com resgate da cultura Bantu

'​​​A cultura Bantu possui um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade do País, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e a culinária, nas prá...'

Publicado em 05/10/2022 21h00 - 1 Atualizado em 06/10/2022 00h00

​​​A cultura Bantu possui um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade do País, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e a culinária, nas práticas agrícolas ou na origem de ritmos e expressões musicais como o samba, o maracatu, a congada, o jongo e a capoeira. Foi com essa temática que a edição 2022 do projeto Sonora Brasil trouxe para o centro do debate o diálogo sobre culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas. A programação no Distrito Federal ocorreu nesta quinta-feira (6) na unidade do Sesc Presidente Dutra, localizada no setor Comercial Sul.

O clima de alegria, samba e muita história tomou conta da unidade conforme as apresentações aconteciam. Após breve paralização no período da pandemia, o projeto trouxe este ano atrações musicais do grupo Filhos de Dona Maria e Guarda de Catupé Irmãos de Maria com presença 100% liberada para o público. A programação contou também com roda de capoeira, lançamento do livro de poemas afrocentrados, referenciado nas tradições bantu: O Vento Nos Trouxe e Nos Alimentou, de Tata Ngunzetala. Além de exposição de fotos, dança afro e roda de conversa.




O diretor regional do Sesc-DF, Valcides de Araújo, exaltou a importância do projeto e explica que o circuito Sonora Brasil consegue levar diferentes temáticas para que o público conheça novas histórias, tradições e legados. “É um dos mais importantes projetos de circulação de música do Brasil. A cada ano uma curadoria formada pela área de cultura do Sesc-DF seleciona com muito carinho e cuidado os convidados. Nós queremos difundir esse patrimônio musical que não é divulgado e visto pela sociedade. São inúmeras produções que precisam ser resgatadas", disse o diretor. 


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O músico Amílcar Paré, do grupo Filhos de Dona Maria, reforçou que o debate proposto pelo Sonora Brasil propicia visibilidade para várias culturas e artistas. Segundo ele, a sociedade precisa ter conhecimento do que é composto a identidade de um País. “Temos que lutar para ter esse debate cada vez mais cedo sobre a influência Bantu no Brasil. Precisamos pensar que as coisas surgiram de algum lugar. É a nossa identidade. Acho que o Sesc foi super feliz com esse projeto e tomara que essa discussão adentre nas escolas, faculdades e etc", disse Amílcar.

 

Sobre o Sonora Brasil        

O Sonora Brasil é uma ação que tem o objetivo de apresentar ao público brasileiro as mais diversas manifestações culturais do país. Por meio de apresentações musicais acústicas e comentadas, são mapeadas desde manifestações culturais de territórios isolados e interiorizados até as novas experiências ​contemporâneas de fruição musical, ampliando assim a percepção sobre as pluralidades que constituem identidades e diferenças étnico-culturais no Brasil. Estéticas e narrativas que historicamente são colocadas à margem dos processos de difusão musicais pautam a elaboração, a curadoria e a realização do Sonora Brasil, resultado da ação integrada entre o Departamento Nacional e os Departamentos Regionais do Sesc, por meio da Rede Sesc de Música, que envolve todo o corpo técnico da área de Música da instituição. Isso aprofunda os processos de discussão, pesquisa e produção, que colaboram para o conjunto de ações realizadas pelo Sesc para o desenvolvimento cultural e artístico do país.